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para o texto de referência)
Desde a Alexandria que se sentia o peso da autoridade da
Igreja e esta estabelecia as regras da prática de um trabalho extenuante com
uma disciplina estrita, quase militar. A mensagem de amor ao próximo proposto
por Jesus trocar-se-ia por uma responsabilidade cívica acrescida e pelo dever
ao Estado, algo de que beneficiava o Império Romano.
Os membros desta comunidade cristã da Alexandria eram
ascetas e defendiam que as necessidades e sensações do corpo interrompiam a
comunhão com Deus. Por consequência, o prazer, o ócio, o alimento e o sexo não eram
compatíveis com o verdadeiro cristão.
Este conceito religioso foi proliferando até chegar aos
nossos dias, sem que o Céu interviesse a favor dos homens pobres e torturados.
Deste modo, a religião cristã começa a excluir radicalmente qualquer
antropomorfismo da natureza do Homem.
“O SENTIDO flui
sempre,
suaviza as arestas.
Não sabe de quem é
filho.
Aparece diante de
Deus.”
(Tao Te King,
Lao Tse)
Contudo, o ser absoluto na sua forma ternária, ou seja,
em corpo, mente e alma, possui a potencialidade existencial do mundo
espiritual. Não obstante, os processos de desenvolvimento espiritual devem
ocorrer no seio da referida existência ternária. Por isso, é na metafísica do
desenvolvimento da espiritualidade que o Homem pode aspirar a Deus. Ezequiel
18: 4: “Eis que todas as almas são
minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar,
essa morrerá.”.
Fora do campo especulativo descobre-se duas formas no
Homem, em relação ao conhecimento do bem e do mal, que marcam a sua capacidade
de discernimento, que se adequa e relaciona com as suas ações na vida. Assim, o
sábio anuncia a sua expressão teórica da aplicação prática que experimenta com
as suas atitudes.
O sentido da aplicação da moral cristã consiste no respeito
pela natureza e pelas leis naturais. Esta é a disposição anímica apta para
entender o vegetarianismo, esta é a opção do “não matarás”, é a virtude cristã de que “o maior deve servir o menor” (não comer os animais pelo facto de serem
seres inferiores).
Inicialmente o que nos diz a génesis sobre a alimentação é isto. (Génesis 9:
3-4)
“Tudo quanto se
move e vive vos servirá de mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho
dado. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis”.
Também em el Eclesiastes 3: 13 Salomão disse-nos: “e também que todo o homem coma e beba, e
goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Deus”
O amor atua, mas sem intensão, o interesse pessoal pode gerar
situações de comportamento moral cuja regra de conduta pode chegar a impor uma
escravidão intolerável. Neste sentido, o homem transgressor não atua por consciência
mas pela lei, algumas vezes pela lei de Deis (“pela dureza de seus corações”) ao ser incapaz de conceber o
sentido e a natureza das coisas criadas (consciência), outras vezes a
transgressão deve-se ao seu próprio interesse, interpretando a lei em seu próprio
benefício, por exemplo em Provérbios 16: 1-2 diz-nos: “Ao homem pertencem os planos do coração; mas
a resposta da língua é do Senhor.
Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas
o Senhor pesa os espíritos”.
Mais vale o halo da consciência, do que a lei como carapuço;
assim os israelitas no deserto recebiam o manjar de Deus, que lhes caía do Céu
(uma espécie de pão com mel). Sem dúvida, eles pediam para comer carne, Deus
acedeu aos seus pedidos mandando-lhes codornizes. Como resultado, abateu-se sobre
eles uma grande mortandade. Pão com mel (o manjar) dá vida, a carne gera morte;
estas são as predisposições do homem para escolher o seu próprio caminho, no
entanto, tanto Deus como a Natureza pesam as suas ações.
Uma cordial saudação a todos e ânimo para converter a terra
num paraíso.
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